E, então Deus chamou Gêmeos...
"A ti, Gêmeos, Eu dou as perguntas sem respostas, para que possas levar a todos um entendimento daquilo que o homem vê ao seu redor. Tu nunca saberás por que os homens falam ou escutam, mas em tua busca pela resposta encontrarás o Meu Dom reservado a ti: o Conhecimento."
E Gêmeos voltou ao seu lugar.
"A ti, Gêmeos, Eu dou as perguntas sem respostas, para que possas levar a todos um entendimento daquilo que o homem vê ao seu redor. Tu nunca saberás por que os homens falam ou escutam, mas em tua busca pela resposta encontrarás o Meu Dom reservado a ti: o Conhecimento."
E Gêmeos voltou ao seu lugar.
Principal Característica: movimento
Qualidades: adaptabilidade,versatilidade
Defeitos: racionalidade excessiva, falta de comprometimento
Elemento: Ar
Qualidade: Mutável
Polaridade: Ativo
Planeta regente: Mercúrio
Exílio: Júpiter
Exaltação: Plutão
O geminiano é aquela pessoa “ar-mental-mutável” que faz estágio na juventude por longo tempo, às vezes, a vida toda. Tem um frescor de adolescência vida a fora e, nesse modelo, baseia seu comportamento.
O mitologema “gêmeos” representa pólos de forças positiva e negativa combatendo-se, mutuamente de forma que o Bem vença – não através de meros embates externos, mas sim pelo embate dentro do próprio ser, cuja unidade o par de gêmeos representa.
O embate parece representar, na maior parte das vezes, a luta do ser contra a própria Sombra, a qual é composta pelos aspectos negados pelo próprio indivíduo: é o inimigo interno, nascido e vivido, conjuntamente, que nunca poderá ser completamente superado mas com o qual o indivíduo deverá combater sempre, pois é desse embate sem tréguas que surge o próprio crescimento da pessoa humana.
Esse signo traz o mito de Castor e Pólux. Zeus estava apaixonado por Leda, esposa de Tíndaro, para seduzi-la ele usou de um estratagema: se transformou em um cisne, já que ela estava grávida de Tíndaro e tinha se transformado em gansa para escapar dos assédios do deus do Olimpo. Resultado disso foi que Leda colocou dois ovos: de um nasceu Castor e Clitemnestra, crianças mortais, porque filhos do Rei de Esparta, Tíndaro, de outro, entretanto, nasceram Pólux e Helena, ambos filhos de Zeus e, por isso, imortais. Observe-se que em ambos os pares de irmãos temos uma parte mortal e uma imortal, além do tema central “irmãos de alma”.
Castor e Pólux eram muito diferentes, enquanto o primeiro era guerreiro, forte, impositivo e mortal, Pólux era músico, delicado, sensível e imortal. Ambos brigavam muito em função dessas diferenças, até que Castor, envolvido numa batalha contra dois outros gêmeos, sucumbiu e morreu. Pólux, coberto de dor e saudade, pede a seu pai Zeus que intercedesse junto a Hades para trazer seu irmão de volta, haja vista tratar-se de um mortal, ou que Hades aceitasse a vida do próprio Pólux em troca da de Castor. Castor havia morrido e a palavra de Hades era irrecorrível, além disso Pólux por ser imortal não poderia morrer... Mas um arranjo foi feito e os dois irmãos receberam autorização para viver um dia cada um, alternadamente, no reino de Hades e nos domínios de Zeus, a superfície da Terra: assim enquanto Castor estivesse vivo, Pólux desceria ao reino de Hades, invertendo-se as posições no dia seguinte.
Hummm... Este é um dos mais belos mitos e de implicações múltiplas da mesma forma que os geminianos são multifacetados. O núcleo mítico descrito acima nos remete a uma vivência compulsiva geminiana de suas oposições: em sua fase “mortal” desce aos infernos e depara-se com sua Sombra, em contrapartida quando em sua fase “imortal” compartilha dos prazeres divinos. Isso significa tratar-se de um individuo que apresenta forte oscilação de humor, indo da depressão à euforia e desta à depressão novamente, de modo cíclico. Entenda-se cíclico, como de um dia ao outro – como no próprio mito, ou de um momento ao outro, no próprio dia. Da mesma forma, pode ter um comportamento elogiável num momento e em outro tem uma postura condenável pelas normas sociais vigentes. Segundo a observação popular é o “duas caras”, ou seja, hora comporta-se de um jeito, em outra de outro, conforme lhe convém.
Mas calma! Nada de condenar tão apressadamente nosso geminiano. Essa capacidade de estar ora no céu, ora no inferno pode e deve ser vista também de outra forma: a capacidade que a mente tem de capturar o divino quando em sua poção mais elevada e a de levar essa compreensão a nossa poção obscura, lembrando o portal da mente humana que, ao ser atravessado e compreendido, dá inicio ao mais importante processo de evolução – o principio do desenvolvimento da inteligência humana. Além é claro de outra característica geminiana muito peculiar: a curiosidade. O geminiano é um curioso full-time. Está sempre plugado nos canais de modernidade, comunicabilidade, cultura.
Para compreender mais essa natureza tão mutável, precisamos mencionar outro mito que trata do próprio regente do signo: Hermes, ou Mercúrio – para os romanos – e como ficou conhecido, um deus que apresenta as mesmas qualidades ambíguas. Para começar, Hermes é fruto da união (e não, como em outras vezes, da sedução ou estupro de Zeus sobre uma mortal ou imortal) entre esse deus e a ninfa Maia (segundo algumas versões, a própria deusa Noite, a mais “profunda” das deusas olímpicas e representante das profundezas do inconsciente e das forças da Natureza), Hermes é o filho mais inteligente de Zeus!
Logo depois de nascido, foi enfeixado e amarrado num salgueiro (árvore sagrada, símbolo de imortalidade e fecundidade) demonstrando sua habilidade de “ligar e desligar” - como o faz o Pensamento -, desatou-se e mostrou sua verdadeira face: roubou parte do rebanho de seu irmão Apolo, atou folhas aos rabos dos animais – para que eles não deixassem rastros. Sacrificou doze dos animais aos deuses olímpicos. Eram apenas 11 deuses. Um animal era para si mesmo. O recém-nascido havia se promovido à condição de imortal! Apolo procura Zeus para queixar-se e este por sua vez interroga Hermes e o menino, afinal, prometeu que nunca mais mentiria... Mas que nunca contaria toda a verdade!
Apolo, encantado pelos sons da lira e da flauta de Pã que Hermes havia criado, deu-lhe em troca um cajado de ouro e um rebanho: Hermes aceitou o “negócio”, mas, revelando-se já um bom negociante, pediu ainda lições de adivinhação – das quais Apolo era o deus por excelência. Desta forma, o caduceu passou a figurar entre seus atributos, bem como a arte divinatória, ambos necessários a tarefa de pastorear ou guiar os homens.
Não tinha um lugar a ele dedicado, portanto Hermes presidia as estradas, as fronteiras, as encruzilhadas. Mais tarde, foi alçado a psicopompo, acompanhante das almas ao Reino de Hades e sua esposa, Perséfone. Gerado em uma caverna, tinha pleno domínio das trevas, além do fato de ser condutor de homens e ter sandálias de ouro que lhe permitiam andar depressa.
Para o estudioso romeno de mitologia comparada e história das religiões Mircea Eliade, “a astúcia de Hermes, a sua inteligência prática, a sua inventividade (...), o seu poder de tornar-se invisível e de viajar por toda parte em um piscar de olhos, já anunciam os prestígios da sabedoria, principalmente o domínio das ciências ocultas, que se tornarão mais tarde, na época helênica, as qualidades especificas desse deus. Já para outro estudioso de mitologia Walter Otto, “falta a Hermes dignidade”: ele se vale principalmente de astúcia e não de força, de “mágica” e não de heroísmo. Aqui vale lembrar outra versão do mito de Hermes, que conta ser ele irmão gêmeo de Afrodite, com o qual teve um filho, Eros: por essa versão, temos outra dimensão de Hermes, qual seja, a de manter ligadas (através de Eros) relações que tem tudo para manter-se separadas dadas as suas diferenças, ao mesmo tempo que certa paixão (Afrodite) por tal tipo de relações.
Jung identificou em Mercúrio o misterioso momento em que o inconsciente, às vezes destrutivo, outras vezes hábil, outras ainda terrível, mas sempre ambíguo e fértil, “prega peças” no ser humano; pois ser “embusteiro” era um dos principais atributos de Hermes, bem como ser “andrógino” (homem-mulher) double-face, visando levar o ser humano à descoberta da verdade, sempre oculta atrás das parcialidades do pensamento.
É um deus benéfico, interessado em síntese de opostos por comparação de diferenças e conflito entre elas; mas pode ser ao mesmo tempo um deus terrível, por sua facilidade de argumentação (que o geminiano utiliza para si e para conviver com os outros), através da apresentação da realidade travestida em ilusão conceitual (lembremos que a mãe desse deus é Maia – já ouvimos falar das ilusões dos véus de Maia!!!)
Com tudo o que foi mostrado, dá para se ter uma pequena amostra do turbilhão que é a essência geminiana. E, claro, como este signo aparece na mandala astrológica de todos os nós é bem oportuno verificar onde esta energia se manifesta. Importante estar com a mente bem aberta, olhos e ouvidos atentos para toda informação que chegar, afinal a percepção geminiana com certeza nos levará a transpor os limites de nossa ignorância! Cabe avisar que o caleidoscópio mental deste signo pode provocar enjôos aos mais desatentos.
Qualidades: adaptabilidade,versatilidade
Defeitos: racionalidade excessiva, falta de comprometimento
Elemento: Ar
Qualidade: Mutável
Polaridade: Ativo
Planeta regente: Mercúrio
Exílio: Júpiter
Exaltação: Plutão
O geminiano é aquela pessoa “ar-mental-mutável” que faz estágio na juventude por longo tempo, às vezes, a vida toda. Tem um frescor de adolescência vida a fora e, nesse modelo, baseia seu comportamento.
O mitologema “gêmeos” representa pólos de forças positiva e negativa combatendo-se, mutuamente de forma que o Bem vença – não através de meros embates externos, mas sim pelo embate dentro do próprio ser, cuja unidade o par de gêmeos representa.
O embate parece representar, na maior parte das vezes, a luta do ser contra a própria Sombra, a qual é composta pelos aspectos negados pelo próprio indivíduo: é o inimigo interno, nascido e vivido, conjuntamente, que nunca poderá ser completamente superado mas com o qual o indivíduo deverá combater sempre, pois é desse embate sem tréguas que surge o próprio crescimento da pessoa humana.
Esse signo traz o mito de Castor e Pólux. Zeus estava apaixonado por Leda, esposa de Tíndaro, para seduzi-la ele usou de um estratagema: se transformou em um cisne, já que ela estava grávida de Tíndaro e tinha se transformado em gansa para escapar dos assédios do deus do Olimpo. Resultado disso foi que Leda colocou dois ovos: de um nasceu Castor e Clitemnestra, crianças mortais, porque filhos do Rei de Esparta, Tíndaro, de outro, entretanto, nasceram Pólux e Helena, ambos filhos de Zeus e, por isso, imortais. Observe-se que em ambos os pares de irmãos temos uma parte mortal e uma imortal, além do tema central “irmãos de alma”.
Castor e Pólux eram muito diferentes, enquanto o primeiro era guerreiro, forte, impositivo e mortal, Pólux era músico, delicado, sensível e imortal. Ambos brigavam muito em função dessas diferenças, até que Castor, envolvido numa batalha contra dois outros gêmeos, sucumbiu e morreu. Pólux, coberto de dor e saudade, pede a seu pai Zeus que intercedesse junto a Hades para trazer seu irmão de volta, haja vista tratar-se de um mortal, ou que Hades aceitasse a vida do próprio Pólux em troca da de Castor. Castor havia morrido e a palavra de Hades era irrecorrível, além disso Pólux por ser imortal não poderia morrer... Mas um arranjo foi feito e os dois irmãos receberam autorização para viver um dia cada um, alternadamente, no reino de Hades e nos domínios de Zeus, a superfície da Terra: assim enquanto Castor estivesse vivo, Pólux desceria ao reino de Hades, invertendo-se as posições no dia seguinte.
Hummm... Este é um dos mais belos mitos e de implicações múltiplas da mesma forma que os geminianos são multifacetados. O núcleo mítico descrito acima nos remete a uma vivência compulsiva geminiana de suas oposições: em sua fase “mortal” desce aos infernos e depara-se com sua Sombra, em contrapartida quando em sua fase “imortal” compartilha dos prazeres divinos. Isso significa tratar-se de um individuo que apresenta forte oscilação de humor, indo da depressão à euforia e desta à depressão novamente, de modo cíclico. Entenda-se cíclico, como de um dia ao outro – como no próprio mito, ou de um momento ao outro, no próprio dia. Da mesma forma, pode ter um comportamento elogiável num momento e em outro tem uma postura condenável pelas normas sociais vigentes. Segundo a observação popular é o “duas caras”, ou seja, hora comporta-se de um jeito, em outra de outro, conforme lhe convém.
Mas calma! Nada de condenar tão apressadamente nosso geminiano. Essa capacidade de estar ora no céu, ora no inferno pode e deve ser vista também de outra forma: a capacidade que a mente tem de capturar o divino quando em sua poção mais elevada e a de levar essa compreensão a nossa poção obscura, lembrando o portal da mente humana que, ao ser atravessado e compreendido, dá inicio ao mais importante processo de evolução – o principio do desenvolvimento da inteligência humana. Além é claro de outra característica geminiana muito peculiar: a curiosidade. O geminiano é um curioso full-time. Está sempre plugado nos canais de modernidade, comunicabilidade, cultura.
Para compreender mais essa natureza tão mutável, precisamos mencionar outro mito que trata do próprio regente do signo: Hermes, ou Mercúrio – para os romanos – e como ficou conhecido, um deus que apresenta as mesmas qualidades ambíguas. Para começar, Hermes é fruto da união (e não, como em outras vezes, da sedução ou estupro de Zeus sobre uma mortal ou imortal) entre esse deus e a ninfa Maia (segundo algumas versões, a própria deusa Noite, a mais “profunda” das deusas olímpicas e representante das profundezas do inconsciente e das forças da Natureza), Hermes é o filho mais inteligente de Zeus!
Logo depois de nascido, foi enfeixado e amarrado num salgueiro (árvore sagrada, símbolo de imortalidade e fecundidade) demonstrando sua habilidade de “ligar e desligar” - como o faz o Pensamento -, desatou-se e mostrou sua verdadeira face: roubou parte do rebanho de seu irmão Apolo, atou folhas aos rabos dos animais – para que eles não deixassem rastros. Sacrificou doze dos animais aos deuses olímpicos. Eram apenas 11 deuses. Um animal era para si mesmo. O recém-nascido havia se promovido à condição de imortal! Apolo procura Zeus para queixar-se e este por sua vez interroga Hermes e o menino, afinal, prometeu que nunca mais mentiria... Mas que nunca contaria toda a verdade!
Apolo, encantado pelos sons da lira e da flauta de Pã que Hermes havia criado, deu-lhe em troca um cajado de ouro e um rebanho: Hermes aceitou o “negócio”, mas, revelando-se já um bom negociante, pediu ainda lições de adivinhação – das quais Apolo era o deus por excelência. Desta forma, o caduceu passou a figurar entre seus atributos, bem como a arte divinatória, ambos necessários a tarefa de pastorear ou guiar os homens.
Não tinha um lugar a ele dedicado, portanto Hermes presidia as estradas, as fronteiras, as encruzilhadas. Mais tarde, foi alçado a psicopompo, acompanhante das almas ao Reino de Hades e sua esposa, Perséfone. Gerado em uma caverna, tinha pleno domínio das trevas, além do fato de ser condutor de homens e ter sandálias de ouro que lhe permitiam andar depressa.
Para o estudioso romeno de mitologia comparada e história das religiões Mircea Eliade, “a astúcia de Hermes, a sua inteligência prática, a sua inventividade (...), o seu poder de tornar-se invisível e de viajar por toda parte em um piscar de olhos, já anunciam os prestígios da sabedoria, principalmente o domínio das ciências ocultas, que se tornarão mais tarde, na época helênica, as qualidades especificas desse deus. Já para outro estudioso de mitologia Walter Otto, “falta a Hermes dignidade”: ele se vale principalmente de astúcia e não de força, de “mágica” e não de heroísmo. Aqui vale lembrar outra versão do mito de Hermes, que conta ser ele irmão gêmeo de Afrodite, com o qual teve um filho, Eros: por essa versão, temos outra dimensão de Hermes, qual seja, a de manter ligadas (através de Eros) relações que tem tudo para manter-se separadas dadas as suas diferenças, ao mesmo tempo que certa paixão (Afrodite) por tal tipo de relações.
Jung identificou em Mercúrio o misterioso momento em que o inconsciente, às vezes destrutivo, outras vezes hábil, outras ainda terrível, mas sempre ambíguo e fértil, “prega peças” no ser humano; pois ser “embusteiro” era um dos principais atributos de Hermes, bem como ser “andrógino” (homem-mulher) double-face, visando levar o ser humano à descoberta da verdade, sempre oculta atrás das parcialidades do pensamento.
É um deus benéfico, interessado em síntese de opostos por comparação de diferenças e conflito entre elas; mas pode ser ao mesmo tempo um deus terrível, por sua facilidade de argumentação (que o geminiano utiliza para si e para conviver com os outros), através da apresentação da realidade travestida em ilusão conceitual (lembremos que a mãe desse deus é Maia – já ouvimos falar das ilusões dos véus de Maia!!!)
Com tudo o que foi mostrado, dá para se ter uma pequena amostra do turbilhão que é a essência geminiana. E, claro, como este signo aparece na mandala astrológica de todos os nós é bem oportuno verificar onde esta energia se manifesta. Importante estar com a mente bem aberta, olhos e ouvidos atentos para toda informação que chegar, afinal a percepção geminiana com certeza nos levará a transpor os limites de nossa ignorância! Cabe avisar que o caleidoscópio mental deste signo pode provocar enjôos aos mais desatentos.
“Tenha cuidado com o que você pensa,
pois sua vida é dirigida por seus pensamentos.”
Provérbios 4:23
pois sua vida é dirigida por seus pensamentos.”
Provérbios 4:23