Centro de Debates ~ Paganismo em foco! | covenanimus.com | irmandadeflordelotus.com

Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

    TRADIÇÕES - artig de setemro.2010 e covenanimus.com

    Bruxa Honda
    Bruxa Honda
    Admin


    Mensagens : 140
    Data de inscrição : 09/11/2009
    Idade : 43
    Localização : Porto Alegre - RS

    TRADIÇÕES - artig de setemro.2010 e covenanimus.com Empty TRADIÇÕES - artig de setemro.2010 e covenanimus.com

    Mensagem  Bruxa Honda Qui Set 23, 2010 12:42 am

    "Pela estaca e Caldeirão, pela Taça e pela Faca...
    Antigos poderes da vida e da morte, reuni-vos na proteção do Círculo.
    Parente por parente, sangue por sangue...
    Poderes ancestrais deste nosso sangue.
    Somos o vosso povo, guardai-nos bem."

    Espero que minha querida Irmã Wakanda me perdoe, mas hoje vou entrar um pouco na seara dela e falar também sobre Wicca.

    Segundo o dicionário, Tradição “é um método específico de ação, atitude ou ensinamentos que são passados de geração para geração”. Na Wicca, a palavra Tradição tem um significado diferente: é um conjunto específico de rituais, ética, instrumentos, liturgia e crenças. Resumindo, uma Tradição é um subgrupo específico dentro da Wicca.

    Hoje muitas pessoas estão confundindo o que é uma Tradição da Bruxaria. Muitos afirmam que a Wicca é uma Tradição, o que não é verdade! A Wicca não é uma Tradição, mas sim uma Religião que possui diversas Tradições.

    Cada Tradição tem sua própria estrutura, rituais, liturgias, mitos próprios que são passados de praticante para praticante. Mas todas elas seguem o mesmo princípio filosófico:
    A celebração da Deusa e do Deus através de rituais sazonais; ligados à Lua e ao Sol, os Esbats e os Sabbats.

    • O respeito à Terra, que é encarada como uma manifestação da própria Deusa.
    • A magia é vista como uma parte natural da Religião e é utilizada com propósitos construtivos, nunca destrutivos.
    • O proselitismo é tido como inadmissível.

    A Filosofia, os ritos, as concepções são muitos diversos e radicalmente diferentes de uma Tradição para outra. Com freqüência isso ocorre dentre de duas dissidências da mesma Tradição.

    Às vezes uma Tradição pode não reconhecer um iniciado em outra Tradição e, por isso, é muito comum ouvirmos relatos de Bruxos que se iniciaram em duas, três ou quatro Tradições distintas. Outras Tradições, porém, são mais flexíveis e acolhem Bruxos de outras Tradições em seu segmento.
    Cada Tradição tem seu próprio Livro das Sombras, que contém seus Ritos sagrados e idéias sobre a Divindade. É muito comum uma Tradição afirmar que o seu Livro é o único descendente do primeiro Livro das Sombras redigido. Outro ponto de divergência entre as Tradições relaciona-se à hierarquia. Algumas são extremamente hierárquicas, enquanto outras a consideram inadmissível e a têm como tabu.

    Algumas Tradições aceitam e incentivam seus membros a praticarem a Bruxaria sozinhos, enquanto em outras é terminantemente proibida a prática mágica de qualquer tipo fora do Coven e sem a supervisão do Sacerdote ou da Sacerdotisa.

    Isso ocorre porque na Wicca não existe nenhum dogma ou liturgia fixa, e na maioria das vezes o único ponto em comum que une as inúmeras Tradições é a crença na Deusa, criadora de tudo e de todos e a supremacia Dela em seus cultos.

    Talvez seja essa ausência de coesão que tenha conseguido fazer com que a Bruxaria sobrevivesse através dos séculos, depois de tantos massacres, cruzadas e propagandas enganosas. Talvez também por esse motivo tantas pessoas se voltem às práticas Pagãs, pois a Bruxaria é uma Religião adequada àqueles que sentem que sua forma de contatar o Divino é demasiadamente individual para se adaptar às imposições e aos dogmas estabelecidos pela maioria das Religiões.

    Algumas Tradições da Wicca:

    Tradição 1734: Tipicamente britânica é, às vezes, uma Tradição eclética baseada nas idéias do poeta Robert Cochrane, um auto-intitulado Bruxo hereditário que se suicidou ao ingerir uma grande quantidade de beladona. 1734 é usado como um criptograma (caracteres secretos) para o nome da Deusa honrada nessa tradição.

    Tradição Alexandrina: Uma Tradição popular, fundada por Alex Sanders que floresceu ao redor da Inglaterra em 1960. A Tradição Alexandrina é muito semelhante à Gardneriana, com algumas mudanças menores e emendas. Essa Tradição trabalha à maneira de Alex e Maxine Sanderes, que diziam ter sido iniciados por sua avó em 1933. A maioria dos rituais é muito formal e embasada na Magia cerimonial. É também uma tradição polarizada, na qual a Sacerdotisa representa o princípio feminino e o Sacerdote, o princípio masculino. Os rituais sazonais, na maior parte, são baseados na divisão do ano entre o Rei do Azevinho e o Rei do Carvalho e diversos dramas rituais tratam do tema da Deusa da Morte/Ressurreição. Como na Tradição Gardneriana, a Sacerdotisa é elevada à autoridade máxima. Entretanto, os precursores de ambas as Tradições foram homens.

    Embora similar à Gardneriana, a Tradição Alexandrina tende a ser mais eclética e liberal. Algumas das regras estritas Gardnerianas, tais como a exigência do nudismo ritual, são opcionais.
    Alex Sanders intitulou-se a certa altura “Rei das Bruxas”, considerando que o grande número de pessoas que tinha iniciado na sua Tradição lhe dava esse direito, nem os seus próprios discípulos o levaram muito a sério, e para a comunidade Pagã, no geral, esse título foi apenas motivo de troça, quando não, de repúdio.

    Janet e Stewart Farrar são os mais famosos Bruxos que divulgaram largamente a Tradição Alexandrina em suas publicações.

    Tradição Gardneriana: Fundada por Gerald Gardner na década de 1950 na Inglaterra. Essa tradição contribuiu muito para a Arte ser o que é hoje. A estrutura de muitos rituais e trabalhos mágicos em numerosas Tradições é originária do Trabalho de Gardner. Algumas das reivindicações históricas feitas pelo próprio Gardner e por algumas Bruxas Gardnerianas ainda têm de ser verificadas (e em alguns casos são fortemente contestadas); porém, essa Tradição apoiou muitas Bruxas modernas.

    Gerald B. Gardner é considerado “o avô” de toda a Neo-Wicca. Foi iniciado em um Coven de Newforest, na Inglaterra, em 1939. Em 1951, a última das leis inglesas contra a Bruxaria foi banida (primeiramente devido à pressão de Espiritualistas) e Gardner publicou o famoso livro Witchcraft Today, trazendo uma versão dos rituais e as Tradições do Coven pelo qual foi Iniciado.

    A Bíblia Completa das Bruxas (The Witches Bible), escrita por Janet e Stewart Farrar, como também muitos livros escritos por Doreen Valiente, têm base nessa Tradição e na Tradição Alexandrina em muitos aspectos.

    Tradicional Britânica: Uma Tradição com uma forte estrutura hierárquica e graus. Os rituais estão centrados na Tradição Céltica e Gardneriana.

    Wicca Céltica: Uma Tradição muito telúrica, com enfoques na Natureza, nos elementos e elementais, algumas vezes nas fadas, plantas, etc. Muitas Bruxas Verdes (Green Witches) e adeptos do Druidismo seguem esse caminho, centrado no panteão céltico antigo e em seus Deuses e Deusas.

    Tradição Caledoniana ou Caledonni: Uma Tradição que tenta preservar os antigos festivais dos escoceses, às vezes é chamada de Tradição Hecatina.

    Tradição Picta: É uma das manifestações da Bruxaria tipicamente escocesa. Na maioria das vezes é uma forma solitária da Arte. Seu enfoque prático é basicamente mágico e possui poucos elementos religiosos e filosóficos.

    Bruxaria Cerimonial: Usa a magia cerimonial para atingir uma conexão mais forte com as divindades e perceber seus propósitos mais elevados e suas habilidades. Seus rituais são freqüentemente derivações da Magia Cabalística e da Magia Egípcia. Embora certamente, mas não de forma intencional, esse caminho seja infestado freqüentemente por egoístas e pessoas inseguras que usam a Magia Cerimonial para duas finalidades: adquirir tudo aquilo que querem e atingir níveis mais altos para poderem olhar de cima. Esses atributos não são uma regra em todos os Bruxos Cerimoniais e há muitos Bruxos sinceros nesse caminho.

    Tradição Diânica: Algumas Bruxas Diânicas só enfocam seus cultos na Deusa, são muito politicamente ativas e feministas. Outras Bruxas Diânicas simplesmente enfocam seu culto na Deusa como uma forma de compensar os muitos anos de domínio Patriarcal na Terra. Algumas Bruxas Diânicas usam esse título para denotar que são “as Filhas de Diana”, a Deusa protetora delas. Há bruxas diânicas que são tudo isso, algumas que não são nada disso, e outras que são um misto disso.

    A Arte Diânica possui duas filiais distintas:

    1. Uma filial fundada no Texas por Morgan McFarland, que dá supremacia à Deusa em sua teologia, mas honra o Deus Cornífero como seu Consorte. Amado e abençoado. Há alguns Covens descendentes dessa Tradição, especialmente no Texas. Outros Covens, similares na teologia mas que não descendem diretamente da linha de McFarland, estão espalhados pelos Estados Unidos.
    2. A outra filial, chamada às vezes de Feitiçaria Diânica Feminista, focaliza exclusivamente a Deusa e somente mulheres participam de seus Covens e grupos. Geralmente seus rituais são livres e não são hierárquicos, usando a criatividade e o consenso para a realização de seus rituais. São politicamente um grupo feminista.

    Tradição Georgina: Essa Tradição foi criada por George Patterson, que se auto-intitulou um “Sumo Sacerdote Georgino”. Quando começou o seu próprio Coven, chamou-o de Georgino, já que seu prenome era George.

    Se há uma palavra que melhor pode descrever a Tradição de George, esta é Eclética. A Tradição Georgina é um composto de rituais Celtas, Alexandrinos, Gardnerianos e tradicionais. Mesmo que a maior parte do material fornecido aos estudantes seja Alexandrino, nunca houve um imperativo para seguir cegamente seu conteúdo. Os boletins de notícias publicados pelo fundador da Tradição estavam sempre cheios de contribuições dos povos de muitas outras Tradições. Parece que a intenção do Sr. Patterson em fornecer uma visão abrangente aos seus discípulos.

    Ecletismo: Um Bruxo eclético é aquele que funde idéias de muitas Tradições ou fontes. Assim como no Caldeirão de uma Bruxa são somados elementos para completar a poção que é preparada, assim também são somadas várias informações de várias Tradições para criar um modo mágico de trabalhar. Essa “Tradição”, que na realidade não é uma Tradição, é flexível, mas, às vezes, carece de fundamento. Geralmente, são criados rituais e Covens de estrutura livre.

    Tradição das Fadas ou Fairy Wicca: Há várias facções da Tradição das Fadas. Segundo os membros dessa Tradição, seus ritos e conhecimentos tiveram origem entre os antigos povos da Europa da Idade do Bronze, que ao migrarem para as colinas e altas montanhas devido às guerras e invasões, ficaram conhecidos como Sides, Pictos, Duendes ou Fadas.

    Alguns dos nomes mais famosos dessa Tradição são Victor e Cora Anderson, Tom Delong (Gwydion Penderwyn), Starhawk, etc.

    Tradição Hecatina: Uma Tradição de Bruxos que buscam inspiração em Hécate e tentam reconstruir modernizar os rituais antigos da adoração a essa Deusa. Algumas vezes é chamada de Tradição Caledoniana ou Caledonii.

    Bruxo Hereditário ou Tradição Familiar: Um bruxo que normalmente foi treinado por um ente familiar e/ou pode localizar sua história familiar em outro bruxo ou bruxos. Os bruxos hereditários ou, como gosto de chamar, genéticos são pessoas que têm, ou supõem ter, uma ascendência Pagã (mãe, tia, avó são os alvos mais visados).

    A maioria dos Hereditários não aceita a infiltração de pessoas não-pertencentes à sua dinastia, porém algumas Tradições Familiares “adotam” alguns membros, escolhidos “a dedo”, em seu segmento.
    Bruxa de cozinha: Uma Bruxa prática, que é freqüentemente eclética, enfoca e centra sua magia e espiritualidade ao redor “do forno e do lar”.

    Seax Wicca ou Wicca Saxônica: Fundada em 1973 pelo autor prolífico Raymond Buckland, que era, naquele momento, um Bruxo Gardneriano. Uma das primeiras tradições precursoras dos Bruxos Solitários e auto-iniciados. Esses dois aspectos fizeram dela um caminho popular.
    Bruxo Solitário: Uma pessoa que pratica a Arte só (mas pode se juntar às festividades de Sabbat em um Coven ou com outros Bruxos Solitários ocasionalmente). Um bruxo solitário pode seguir quaisquer das Tradições, ou nenhuma delas. A maioria de bruxos ecléticos é Solitária.

    Tradição Strega: Começou ao redor da Itália em 1353. A história controversa sobre essa Tradição pode ser encontrada em muitos locais e livros. Aradia... Gospell of the Witches (Aradia... A Doutrina das Bruxas) é uma obra desse tipo.

    Tradição Teutônica ou Nórdica: Teutônicos são um grupo de pessoas que falam norueguês, fosso, islandês, sueco ou inglês e outros dialetos europeus que são considerados “idiomas germânicos”. Um bruxo Teutônico acha freqüentemente inspiração nos mitos tradicionais e lendas, Deuses e Deusas das áreas onde esses dialetos se originaram.

    Tradição Algard: Uma americana iniciada nas Tradições Gardneriana e Alexandrina, chamada Mary Nesnick, fundou essa “nova” Tradição, que reúne ensinamentos de ambas as Tradições sob uma única insígnia.

    Bruxaria Tradicional: Todo bruxo tradicional dará uma definição diferente para esse termo. Um bruxo tradicional é aquele que freqüentemente prefere o título de Bruxo ou Wiccano e define os dois como caminhos muito diferentes. Um bruxo tradicional fundamenta seu trabalho mágico em métodos históricos da Tradição, religiosidade e geografia de seu país.

    Tradição Galesa de Gwyddonaid: Tradição Galesa Céltica da Wicca que adora o panteão galês de Deuses e Deusas. Gwyddonaid foi quem grosseiramente traduziu a ignóbil obra galesa. Árvore da Bruxa (Tree Witches) e propagou essa forma de trabalhar magicamente.

    Dentro do Druidismo, as variações (até onde eu conheço) não são tão grandes. A principal diferença talvez seja, a aceitação ou não de mulheres. A minha tradição não aceita. Mas, talvez isto se deva ao fato de a mesma ser fortemente inspirada na maçonaria que, por ser um rito solar de origem osiriana, também não aceita mulheres.

    Meu processo de filiação a OBOD (Order of Bards, Ovates and Druids) com sede na Inglaterra, foi aceito já há algum tempo. E, assim espero, em breve devo ir lá confirmar as iniciações realizadas na Tradição que eu sigo. Aí, poderei falar mais sobre as diferenças que existem entre as Tradições do Druidismo.

    Pax et Lux per omni in urbis et orbis.

    Awen!

      Data/hora atual: Sáb Nov 16, 2024 4:11 pm