Sacerdócio & Trabalho Mágico
Há algum tempo atrás fui interpelado por uma pessoa muito especial, hoje minha amiga. Ela chegava a mim por um motivo interessante, dizia achar muito lindo o trabalho desenvolvido por mim. Achava-me um grande sacerdote, mas dizia-se triste comigo, e talvez um pouco decepcionada.
Então fiquei preocupado, o que teria eu feito para decepcionar alguém que nem conhecia pessoalmente? Quais teriam sido minhas atitudes para tal tristeza? Se ela achava-me um grande Sacerdote, respeitava-me como tal, porque tamanha mágoa?
Sou uma pessoa pública, posso ter dito algo que não a agradou, posso ter tomado uma posição em certo evento que ela não gostou, posso mesmo não ter percebido sua aproximação em algum local, seu interesse em conversar comigo e não ter dado atenção a ela, e isso já aconteceu, ás vezes estou com tantos compromissos na cabeça que acabo não percebendo algumas pessoas, e no meio de eventos para os quais sou convidado e/ou que eu mesmo promovo, são tantas as pessoas que fica difícil dar atenção especial para todas, apesar de aqueles que me conhecem, saberem que eu tento!
Mas não era este o motivo de sua decepção. Sua real decepção era saber e conhecer meu trabalho, minha verdadeira dedicação, mas achar que eu estava tornado tudo muito comercial e materialista. Estas foram as palavras dela para mim. Eu vendendo poções e consultas, o que em sua visão não é muito indicado para um verdadeiro Mestre como sempre julgou-me.
Suas palavras foram: sim, existe a lei de que um bruxo deve ser honrado pelo seu trabalho exercido dignamente, mas tenho visto que quase tudo que os Bruxos e Bruxas fazem atualmente está disponível desde que se pague por isto. O caminho dos Deuses é um caminho de sacrifício interior, de respeito e acima de tudo Amor.
Temos o dever que foi confirmado na iniciação de servir aos Deuses, por isso vejo que os Deuses ficam um pouco de lado no trabalho que muitos Bruxos (as) tem feito, para darem espaço a tarôs, consultas sentimentais, espirituais, poções e outras coisas que deveriam ser uma conseqüência do serviço aos Deuses e não seu fator originatório.
Então, flagrei-me a pensar sobre o assunto de forma mais interior, pois eu que a muito ministro oráculos como Tarô e Cristalomancia, trabalhando também com Magia de Mandalas, Cristais, Aromas, Elementos, com cursos e workshops, antes de externar meu trabalho havia preparado-me muito para começar a ministrar meus conhecimentos, e mais que isso, minhas vivências, havia dedicado-me e ainda continuara a fazê-lo.
Neste momento de interpelação, que gostei muito, criei a oportunidade que talvez estivesse me faltando para falar mais sobre o assunto, ética com trabalho mágicko.
Contei-lhe um pouco de minha história, pois vejo sim que em muitos momentos e com muitos dos Sacerdotes e Sacerdotisas que externam seu trabalho e fazem dele também uma forma de sobrevivência, podem passar por um momento de incompreensão. Na verdade nós, que fizemos a escolha por um caminho mágico sacerdotal, e decidimos com isso ser sempre caminhantes, todos dedicamos muitos anos única e exclusivamente a nossa formação mágica, a vivência, estudo, prática, e de nada valeria tudo isso se nossa motivação, em Primo e Suma não fosse o amor pelos nossos Deuses.
Nossos trabalhos como tarólogos, terapeutas, etc. São fruto de muito trabalho, muita dedicação e formação, são nossas profissões, não deixamos com isso de reconhecer a grande importância e o caminho religiosos que eles expressam, e demonstramos isso ministrando-os com dedicação, seriedade, respeito e honestidade.
Como terapeutas, somos profissionais e necessitamos buscar nossa formação também nisto, e ainda buscamos conscientemente trabalhos terapêuticos que sigam nossos caminhos religiosos.
Nosso trabalho como profissionais, não nos motiva a ser Sacerdotes, pois o Sacerdócio implica muitas responsabilidades. Ao contrário do que é percebido muitas vezes, o que nos motiva após anos de dedicação a também trabalhar profissionalmente com nossa formação mágica é exatamente a necessidade que nossas responsabilidades Sacerdotais nos põem.
Em meu caso, após a formação de minha irmandade, me foi mais que necessário trabalhar profissionalmente com minha formação mágica, pois as responsabilidades que adquiri com o Sacerdócio sobre ela trouxeram-me a necessidade de estar sempre disponível para a formação mágica desta.
Não creio também de forma alguma eu ter externado o trabalho mágico e/ou alquímico das poções, elixires, pós e óleos mágicos que minha irmandade produz ritualisticamente, não ser indicado, hoje temos uma linha séria de artefatos mágicos que auxiliam ainda mais nosso trabalho energético, e nosso principal ideal é poder deixar ao alcance de nossos irmãos a paz, o amor e a harmonia que buscamos com nossa conexão com a Grande Deusa e que com aquilo que vem dela possamos traduzir em aromas e cores. Tão pouco isso é novidade, pois antes de nós, nossas antepassadas tidas como “curandeiras” (Bruxas) eram procuradas para com suas “rezas” e ungüentos curarem os enfermos das vilas, a elas era pago o justo e necessário para seu sustento e para que continuassem seu trabalho seriamente.
Nós Bruxos(as) Contemporâneos, “saímos do chão” muitas vezes, moramos em pequenos apartamentos e não temos como cultivar em nossas casas o acervo de planas necessárias para todo o nosso trabalho mágico, necessitamos buscá-los em mercados, vendedores, necessitamos nos locomover e muitos de nós, como eu, não tem carro, e se tivessem, gasolina é cara. Por isso acho necessário que seja pago o justo pelo trabalho feito.
Mas o que muitas vezes na verdade não é percebido, é que todo este trabalho “comercial”, que prefiro chamar de profissional, não valeria de nada sem o amor que temos pelos Deuses, e a fé que nos motiva.
Pois, aqueles Sacerdotes e Sacerdotisas que como eu, externaram seu trabalho mágico e nele buscaram seu caminho profissional, alimentam em si uma chama que jamais poderemos deixar apagar , os Deuses.
Nossas profissões, diretamente relacionadas ao nosso Sacerdócio, são na verdade o que torna possível financeiramente nosso trabalho Sacerdotal, já que não possuímos igrejas e não cobramos dízimo.
Nosso trabalho de formação mágica em covens ou outros grupos, não é cobrado, nossas palestras em escolas, centros religiosos e grupos para esclarecimento religioso, trabalho que minha irmandade desenvolve, é gratuito, eu particularmente trabalho também gratuitamente para curas.
O que quero dizer com tudo isso é que, só nos é possível desenvolver estes trabalhos, maravilhosamente bem como o fazemos, pois como profissionais tivemos sucesso, por nossa dedicação, seriedade, honestidade e por justamente ser recompensados justamente por nossa profissão, ou não teríamos condições financeiras de continuar este trabalho.
Hoje fico muito feliz com esta interpelação, busquei nela a inspiração para falar um pouco mais deste assunto que muitas vezes esquecemos de citar.
Espero que ao partilhar esta história, tenha eu também fomentado em todos os amigos e irmãos que lêem este espaço maravilhoso onde nos encontramos para “conversar”, um sentimento de compreensão, e principalmente de busca, pois esse é o caminho dos que buscam a sabedoria.
Após conversar com esta menina que buscou este esclarecimento, ela ficou muito feliz, tenho que admitir que eu mais ainda, pois pudemos a partir da sinceridade dela alicerçar o que hoje chamamos confiança e amizade.
Abençoados sejamos todos...
Jamais esqueça, cada dia é um universo de magia, a escolha é sempre sua, VIVA , pois a vida é o maior poder que há em nós!
Dyan Magnus Morgann
Há algum tempo atrás fui interpelado por uma pessoa muito especial, hoje minha amiga. Ela chegava a mim por um motivo interessante, dizia achar muito lindo o trabalho desenvolvido por mim. Achava-me um grande sacerdote, mas dizia-se triste comigo, e talvez um pouco decepcionada.
Então fiquei preocupado, o que teria eu feito para decepcionar alguém que nem conhecia pessoalmente? Quais teriam sido minhas atitudes para tal tristeza? Se ela achava-me um grande Sacerdote, respeitava-me como tal, porque tamanha mágoa?
Sou uma pessoa pública, posso ter dito algo que não a agradou, posso ter tomado uma posição em certo evento que ela não gostou, posso mesmo não ter percebido sua aproximação em algum local, seu interesse em conversar comigo e não ter dado atenção a ela, e isso já aconteceu, ás vezes estou com tantos compromissos na cabeça que acabo não percebendo algumas pessoas, e no meio de eventos para os quais sou convidado e/ou que eu mesmo promovo, são tantas as pessoas que fica difícil dar atenção especial para todas, apesar de aqueles que me conhecem, saberem que eu tento!
Mas não era este o motivo de sua decepção. Sua real decepção era saber e conhecer meu trabalho, minha verdadeira dedicação, mas achar que eu estava tornado tudo muito comercial e materialista. Estas foram as palavras dela para mim. Eu vendendo poções e consultas, o que em sua visão não é muito indicado para um verdadeiro Mestre como sempre julgou-me.
Suas palavras foram: sim, existe a lei de que um bruxo deve ser honrado pelo seu trabalho exercido dignamente, mas tenho visto que quase tudo que os Bruxos e Bruxas fazem atualmente está disponível desde que se pague por isto. O caminho dos Deuses é um caminho de sacrifício interior, de respeito e acima de tudo Amor.
Temos o dever que foi confirmado na iniciação de servir aos Deuses, por isso vejo que os Deuses ficam um pouco de lado no trabalho que muitos Bruxos (as) tem feito, para darem espaço a tarôs, consultas sentimentais, espirituais, poções e outras coisas que deveriam ser uma conseqüência do serviço aos Deuses e não seu fator originatório.
Então, flagrei-me a pensar sobre o assunto de forma mais interior, pois eu que a muito ministro oráculos como Tarô e Cristalomancia, trabalhando também com Magia de Mandalas, Cristais, Aromas, Elementos, com cursos e workshops, antes de externar meu trabalho havia preparado-me muito para começar a ministrar meus conhecimentos, e mais que isso, minhas vivências, havia dedicado-me e ainda continuara a fazê-lo.
Neste momento de interpelação, que gostei muito, criei a oportunidade que talvez estivesse me faltando para falar mais sobre o assunto, ética com trabalho mágicko.
Contei-lhe um pouco de minha história, pois vejo sim que em muitos momentos e com muitos dos Sacerdotes e Sacerdotisas que externam seu trabalho e fazem dele também uma forma de sobrevivência, podem passar por um momento de incompreensão. Na verdade nós, que fizemos a escolha por um caminho mágico sacerdotal, e decidimos com isso ser sempre caminhantes, todos dedicamos muitos anos única e exclusivamente a nossa formação mágica, a vivência, estudo, prática, e de nada valeria tudo isso se nossa motivação, em Primo e Suma não fosse o amor pelos nossos Deuses.
Nossos trabalhos como tarólogos, terapeutas, etc. São fruto de muito trabalho, muita dedicação e formação, são nossas profissões, não deixamos com isso de reconhecer a grande importância e o caminho religiosos que eles expressam, e demonstramos isso ministrando-os com dedicação, seriedade, respeito e honestidade.
Como terapeutas, somos profissionais e necessitamos buscar nossa formação também nisto, e ainda buscamos conscientemente trabalhos terapêuticos que sigam nossos caminhos religiosos.
Nosso trabalho como profissionais, não nos motiva a ser Sacerdotes, pois o Sacerdócio implica muitas responsabilidades. Ao contrário do que é percebido muitas vezes, o que nos motiva após anos de dedicação a também trabalhar profissionalmente com nossa formação mágica é exatamente a necessidade que nossas responsabilidades Sacerdotais nos põem.
Em meu caso, após a formação de minha irmandade, me foi mais que necessário trabalhar profissionalmente com minha formação mágica, pois as responsabilidades que adquiri com o Sacerdócio sobre ela trouxeram-me a necessidade de estar sempre disponível para a formação mágica desta.
Não creio também de forma alguma eu ter externado o trabalho mágico e/ou alquímico das poções, elixires, pós e óleos mágicos que minha irmandade produz ritualisticamente, não ser indicado, hoje temos uma linha séria de artefatos mágicos que auxiliam ainda mais nosso trabalho energético, e nosso principal ideal é poder deixar ao alcance de nossos irmãos a paz, o amor e a harmonia que buscamos com nossa conexão com a Grande Deusa e que com aquilo que vem dela possamos traduzir em aromas e cores. Tão pouco isso é novidade, pois antes de nós, nossas antepassadas tidas como “curandeiras” (Bruxas) eram procuradas para com suas “rezas” e ungüentos curarem os enfermos das vilas, a elas era pago o justo e necessário para seu sustento e para que continuassem seu trabalho seriamente.
Nós Bruxos(as) Contemporâneos, “saímos do chão” muitas vezes, moramos em pequenos apartamentos e não temos como cultivar em nossas casas o acervo de planas necessárias para todo o nosso trabalho mágico, necessitamos buscá-los em mercados, vendedores, necessitamos nos locomover e muitos de nós, como eu, não tem carro, e se tivessem, gasolina é cara. Por isso acho necessário que seja pago o justo pelo trabalho feito.
Mas o que muitas vezes na verdade não é percebido, é que todo este trabalho “comercial”, que prefiro chamar de profissional, não valeria de nada sem o amor que temos pelos Deuses, e a fé que nos motiva.
Pois, aqueles Sacerdotes e Sacerdotisas que como eu, externaram seu trabalho mágico e nele buscaram seu caminho profissional, alimentam em si uma chama que jamais poderemos deixar apagar , os Deuses.
Nossas profissões, diretamente relacionadas ao nosso Sacerdócio, são na verdade o que torna possível financeiramente nosso trabalho Sacerdotal, já que não possuímos igrejas e não cobramos dízimo.
Nosso trabalho de formação mágica em covens ou outros grupos, não é cobrado, nossas palestras em escolas, centros religiosos e grupos para esclarecimento religioso, trabalho que minha irmandade desenvolve, é gratuito, eu particularmente trabalho também gratuitamente para curas.
O que quero dizer com tudo isso é que, só nos é possível desenvolver estes trabalhos, maravilhosamente bem como o fazemos, pois como profissionais tivemos sucesso, por nossa dedicação, seriedade, honestidade e por justamente ser recompensados justamente por nossa profissão, ou não teríamos condições financeiras de continuar este trabalho.
Hoje fico muito feliz com esta interpelação, busquei nela a inspiração para falar um pouco mais deste assunto que muitas vezes esquecemos de citar.
Espero que ao partilhar esta história, tenha eu também fomentado em todos os amigos e irmãos que lêem este espaço maravilhoso onde nos encontramos para “conversar”, um sentimento de compreensão, e principalmente de busca, pois esse é o caminho dos que buscam a sabedoria.
Após conversar com esta menina que buscou este esclarecimento, ela ficou muito feliz, tenho que admitir que eu mais ainda, pois pudemos a partir da sinceridade dela alicerçar o que hoje chamamos confiança e amizade.
Abençoados sejamos todos...
Jamais esqueça, cada dia é um universo de magia, a escolha é sempre sua, VIVA , pois a vida é o maior poder que há em nós!
Dyan Magnus Morgann
Última edição por Honda Sommer Lupus - ADM em Ter Abr 27, 2010 9:13 pm, editado 1 vez(es)