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    ESCORPIÃO - artigo outubro.2010 de Lúthien Bona Fide em covenanimus.com

    Bruxa Honda
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    Mensagem  Bruxa Honda Sex Nov 05, 2010 4:22 pm

    Principal característica: Sensualidade.
    Qualidades: Confiança em si, personalidade intensa e penetrante, determinação.
    Defeitos: Tendência a ser extremamente crítico, ciumento
    Elemento: Água
    Qualidade: Fixa
    Planeta Regente: Plutão

    O mito de escorpião encerra em si mesmo algumas características fortemente associadas a Escorpião, o signo astrológico, como vemos a seguir:

    Havia um camponês grego chamado Hireu, que morava em uma simples casa de barro. Seus pais eram imigrantes e haviam morrido em um terremoto, deixando-lhe suas terras e um touro para que cuidasse. Pouco tempo depois casa-se, mas novo terremoto leva sua esposa. Jurando não unir-se a nenhuma outra mulher, ele enterra seu corpo no terreno atrás da casa. Certo dia, Zeus, Hermes e Posseidon faziam uma breve passagem pela Terra, e necessitavam de um local para pernoitar. Encontrando a casa do camponês, eles lhe pedem abrigo. Temendo enfurecer as divindades, ele prontamente concorda. Além disso, oferece o touro que possuía em sacrifício. Os deuses, sensibilizados, lhe concedem um desejo, e Hireu lhes pede um filho, para dar continuidade ao seu nome e à sua descendência. Zeus, Posseidon e Hermes ejaculam três gotas de sêmen sobre o touro morto, e fazem Hireu enterrá-lo. Zeus lhe diz que, após nove meses, seu desejo seria atendido. Após o término do período, ocorre um violento tremor e da cova onde estavam enterrados os restos do touro sai Órion, já adulto. Posseidon lhe dera o dom de andar sobre as águas, a Terra lhe concedera um tamanho descomunal, e a alma da esposa de Hireu lhe abençoara com fantástica beleza.

    Nesse ponto já notamos as influências escorpianas no mito. Órion teve seu nascimento produto da semente divina, símbolo da vida, e da mistura de um animal abatido com o espírito de uma mulher morta na Terra, símbolos da morte. As energias de vida e morte se encontram inevitavelmente no oitavo signo que de forma contraditória deseja simultaneamente uma aproximação e um afastamento do poder que delas emana. Escorpião também se relaciona com as características físicas de Órion. Ele pode caminhar sobre as águas, ou seja, tem o poder de compreender, submeter e controlar as emoções, cheias de profundidade e instabilidade. O tamanho enorme e a força descomunal estão no forte caráter e personalidade do indivíduo escorpiano, que utiliza todo seu poder oculto para sobreviver às constantes transformações ocorridas interiormente no decorrer de sua vida. A beleza não é necessariamente externa, na verdade é o irresistível magnetismo, por vezes sexual, que as pessoas com o signo forte no mapa exercem imperceptivelmente sobre os que estão ao redor.

    A primeira mulher de Órion foi Sidéia, que se gabava de ser a mais formosa de todas as mulheres mortais e imortais. Hera a atirou profundezas escuras do Tártaro por ousar comparar sua beleza à da deusa. Após sua morte, o gigante perambula perdido pela Terra. Certo dia, o rei Eunápio (ou Enopião, “o que bebe vinho”) lhe pede ajuda para exterminar as feras que haviam invadido seu reino. Terminado o serviço, Órion conhece Mérope, filha de Enopião, e se apaixona instantaneamente pela donzela. Ele a pede em casamento, mas Eunápio demora em dar o consentimento. Órion apela para a violência e, segundo algumas versões, ele estupra Mérope animalescamente. Como vingança pelo ocorrido, Eunápio o embriaga e, depois de adormecido, lhe vaza os olhos e o expulsa do reino. Cego e cheio de dor, ele acompanhou o ruído do martelo de Hefesto, na ilha de Lemnos. O deus, penalizado, lhe oferece um de seus homens, Quedalião, para ajudá-lo. Hefesto lhe aconselha e expor os olhos ao deus Hélio, o Sol, no momento de sua subida no horizonte, para que obtivesse a cura para a cegueira. Órion coloca Quedalião sobre os ombros e sai em busca do Sol. Pela manhã, Hélio sobe o horizonte com seu carro de fogo, e oferece um feixe de raios solares à sua irmã Eos, a Aurora, que os distribui pela vegetação molhada pelo orvalho. Assim que os raios de sol entram em seus olhos, Órion recupera a visão e se apaixona pela deusa instantaneamente. Os dois vivem um tempo juntos, na ilha de Delos, mas logo o amor acaba, já que o interesse mútuo era apenas de cunho sexual. Órion chega até mesmo a perseguir as Plêiades, as sete filhas de Atlas e Pleione, tal era sua necessidade de amor. Cansadas de tanto serem assediadas, elas pedem a Zeus para serem transformadas em criaturas que pudessem fugir das investidas do gigante. O deus, compadecido, as transforma em pombas e, mais tarde, na constelação das Plêiades, famosa no mundo antigo.
    Notamos que Escorpião, nessa fase do mito, deseja um encontro com sua Outra face, a parte perdida de sua alma. Ele deseja alguém para amar, mas para tanto ele deve entender que não pode conseguir esse contato através da agressividade (Mérope), e que a sexualidade é somente uma parcela do relacionamento, não representando este em sua totalidade (Aurora). Ao tentar perseguir o amor, este foge e se transmuta em estrelas distantes (Plêiades), já que o verdadeiro sentimento é aquele que alcança verdadeiramente o coração e a alma, puro e sem segundas intenções. Essa característica do amor já foi intelectual e logicamente compreendida no estágio anterior, Libra, e agora precisa ser aplicada na prática, no profundo e vasto campo das emoções representadas pelo Elemento Água de Escorpião.

    Cansado de buscar sua companheira ideal, Órion caminha por Delos. Ali ele acaba conhecendo Ártemis, a formosa e distante deusa caçadora. Os dois logo criam grande amizade, tendo em comum o gosto pela caça e pelos animais. O relacionamento evolui, e rapidamente Órion percebe-se verdadeiramente apaixonado pela deusa, a única pessoa que lhe compreendera. Algumas versões dizem que Ártemis lhe retribuiu o sentimento, e os dois quase chegam a se casar. O fato é que Apolo, irmão gêmeo de Ártemis, não gostou nada da aproximação dela com o gigante, sendo tomado de violento ciúme. Um dia, vendo que o caçador estava desacompanhado, o deus da luz faz surgir da terra lodosa um enorme Escorpião, um animal pérfido e venenoso, que persegue Órion por um longo período, entrando inclusive no mar para mata-lo. Apolo percebe que o gigante conseguiria escapar do ardil nadando rapidamente, e então chama a irmã, desafiando-a a acertar com a flecha aquele ponto negro distante do mar. Ártemis prontamente aceita o desafio, orgulhosa de suas habilidades com o arco. Ela acerta a cabeça de Órion, matando-o. As ondas trazem o corpo do gigante caçador para a praia e, ao perceber o que havia feito, a deusa da caça cai em terríveis prantos. Derramando lágrimas amargas, ela o transforma em uma enorme constelação brilhante, colocando-o nos céus, onde aparece com uma espada, uma clava, uma pele de leão e um cinto de três estrelas. O fiel cão Sirius o acompanha, e as Plêiades fogem de sua vista. Ártemis também transformou o Escorpião em uma série de estrelas, mas ele foi colocado no outro lado do céu, para que não pudesse jamais voltar a perseguir Órion.

    Aqui vemos o encontro simbólico do indivíduo escorpiano com o verdadeiro amor, seu oposto complementar, representado pela deusa caçadora, a virgem do bosque. Ao penetrar em território divino, Órion transpõe as barreiras de sua própria mortalidade limitadora, tornando-se uno com a deusa, seu amante, amigo e irmão. Para tanto, ele terá que enfrentar a prova final, o encontro com o medo, com o horror de tamanho equiparável, o Escorpião em si, reflexo de si mesmo. Ao fugir de si, ele é morto pelo amor que sentia, para que possa retornar a seu ambiente original, as estrelas imortais que o trouxeram um dia à vida. Mas um dia ele voltará para reclamar seu amor perdido, sua Outra face. E aí recomeçará o antiqüíssimo ciclo novamente, de vida, morte, amor, e renascimento.

    Resumindo, o nativo de Escorpião tem uma confiança firme e apaixonada em tudo o que faz, lhe permitindo expressar plenamente suas notáveis reservas de energia física e emocional. Vale lembrar que embora Plutão, o planeta regente, possa capacitar as pessoas a superarem os obstáculos, pode também estimular uma série de traços negativos, por exemplo, a dissimulação, a crueldade e a tendência a ser extremamente criticas. Esses traços, que às vezes adquirem enorme força, tornam a pessoa irracionalmente ciumenta das realizações dos outros, sobretudo de seu (a) parceiro (a). O nativo de Escorpião sabe exatamente o que quer da vida e certamente procura realizar suas aspirações, lançando-se de corpo e alma em seus projetos, quer impliquem iniciar uma empresa ou empreender uma tarefa que exige grande esforço intelectual, você aproveita a vida de modo pleno e encoraja os amigos e as pessoas a quem ama a fazerem o mesmo.

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