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    ENTRE O CÁLICE E O ATHAME - artigo de julho.2009

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    Bruxa Honda
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    Mensagem  Bruxa Honda Seg Abr 26, 2010 1:16 pm

    Entre Cálice e Athame!

    Como coordenador de grupos de estudo e vivência externos em meio à sociedade e palestrando em escolas, tenho me deparado com as mais diversas formas de crença e os mais diversos conceitos de paganismo e neo paganismo.

    Dentro dos conceitos adotados por uma sociedade patriarcal e como jovem trabalhando em meio aos iguais que começam seu caminho rumo a uma vivência plena nas religiões antigas que na sociedade diferem-se em muito dos conceitos atuais em quase todos, se não todos, os aspectos, procuro esclarecer fatores que julgo importantes por serem reincidentes.

    Dentro destes, encontramos a diferença entre os sexos, que a muito me preocupa quando encontro jovens que não contentes com as realidades religiosas atuais procuram a vivência do neo paganismo e dentro destas crenças encontram a Deusa como principal deidade e que quando educados desde infância com a cultura ocidental acabam não reconhecendo o verdadeiro conceito pagão das polaridades e a essência das religiões matrifocais.

    A diferença entre os sexos evidente em nossa educação patriarcal, os conceitos de sexualidade que temos em nossa mente, as figuras que reconhecemos como masculino e feminino, muitos dos que estão chegando ao encontrar a dualidade dos Deuses e das energias do universo acabam inconscientemente levando seus conceitos patriarcalmente formados, adotando a diferenciação entre os sexos na concepção das deidades.

    Temos, nós pagãos, que nos desvincular dos conceitos de masculino e feminino que temos incrustados em nossa mente e encontrar nas polaridades e na vivência dos povos formadores de nossas crenças uma forma de expressão de seus órgãos sexuais que se diferenciavam entre si, mas não uma forma de descriminar os sexos como a atual.

    O Deus não é diferente da Deusa, são aspectos de uma divindade presente dentro de cada um de nós, que quando na necessidade de reconhecimento destas divindades e enquanto vivência diária de uma divindade que deu origem ao verdadeiro mistério de nossa religião, ficavam evidentes entre os sexos, ainda “desconhecidos”, pois não conhecemos hoje em nossa mentalidade a forma como os antigos interpretavam esta sexualidade, ou pelo menos não temos diretamente uma forma de pensamento semelhante a da época.

    Sabe-se que a mulher como doadora de geradora de vida, assim como a Terra, personificava a divindade que hoje conhecemos como feminina, os homens como caçadores - coletores que tinham em suas vidas diárias a necessidade evidente da visão como principal ferramenta de caça e de sobrevivência um sacerdócio (ainda desconhecido) do Deus que foi reconhecido somente nos primeiros ritos de fertilidade e quando evoluíram suas práticas de vivência para a agricultura.

    Como nossa religião é baseada nos primórdios da sociedade, onde apenas esta realidade de dualidade, ainda não compreendida era posta em prática, para compreender plenamente a realidade destas divindades com “Gêneros” tão bem definidos, mas tão diferentes dos que reconhecemos como masculino e feminino, teríamos que adotar formas de pensamento épicos correspondentes a quando na aurora da humanidade foram criados, ou descobertos.

    Então como entender uma religião voltada aos antigos com uma mentalidade moderna?!
    Não tem como! Temos que ver os Deuses com a mentalidade voltada as formas de pensamento dos antigos, onde a dualidade era apenas uma forma de diferenciar-se entre si , mas não de ser ou não de sexos diferentes , onde nossos conceitos de patriarcado e matrifocalismo não fariam o mínima sentido, somente tem para nós pois estudamos e criamos este conceitos a partir de historiadores destas mesmas sociedades que somente vivenciavam estes “mistérios” para nós que de tão complexos nos apaixonam e inspiram nossas práticas até os dias atuais.

    Pois homem e mulher não existiam, penas uma divisão social, não entre sexos, mas entre seres comuns a crenças, seres que tinham características iguais ou muito semelhantes aos Deuses, a Lua e o Sol, a mulher graças ao descobrimento da ligação de seu fluxo menstrual com a Lua e o homem pela sua ligação com a luz do Sol.

    Era prática do homem ir a caça, mas não vemos na mitologia Deusas Caçadoras?
    E não era tarefa da mulher cuidar da vida religiosa, as plantas, o lar, a comunidade? – Então como encontrar Deuses homens da cura, da sabedoria, das ervas ?!

    Há quem defenda a tese, e não discordo em nada disso, que pela necessidade da visão do homem para sua vida cotidiana acaba se identificando ao Sol, e por ser a mulher um mistério, seu ciclo menstrual, a fertilidade, o nascimento e tantos outros desconhecidos ao homem, por ser a Lua algo que privava o homem de sua visão, seu “instrumento de trabalho”, para ele também um mistério, cria-se a ligação da mulher com a Lua, algo que não se podia tocar, algo que se mostrava diferente a cada espaço de tempo,assim como a mulher por vezes ficava plena e redonda, nos períodos que a Lua estava plena, dava ao homem possibilidade de caça a noite, abundância e fertilidade a terra, a mulher quando estava plena dava a vida!

    Forma o primeiro calendário conhecido, controla as marés, algo incontrolável pelo homem...
    Acredito que fica evidente porque a figura feminina cria-se como principal deidade para religiões focadas nos antigos, mas devemos nos focar também na interpretação histórica dos fatos, levar em conta o ambiente em que se formaram nossas crenças e acredito que assim saber se nos cabe seguir estas ou não.

    Bênçãos de Morrighan;

    Dyan Magnus Morgann

      Data/hora atual: Seg Jul 01, 2024 7:19 am